para leonardo
este é todo teu, garotinho,
o habitante litúrgico, lisérgico
do meu sonho-arquipélago.
juntos, povoamos o sargaço,
pilotamos caravelas anacrônicas
como o amor
[e como o que eu escrevo]
mas o que te escrevo, meu morcego,
escrevo de outro lugar,
uma constelação qualquer, serena,
colonizada por hordas decaídas
que cantam e guincham,
como nós, os convivas heterônimos
da nossa língua.
sou tua ex-vênus corrompida, antimusa
alegórica e marinha; espero que reconheças
a tarefa sísmica e a mulher que não sabe, que
não sabe, não sabe o que fazer
com estas ogivas que pendem
como olivas
e matam lentamente.
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