sob
nuvens
densas e poligamas
a noite
emerge contigua
a cidade talhada em bronze
- suas ruas de cobre,
pedrarias e cetim;
quarteiroes inteiros de marfim -
desaparece
meu rosto gelado
se recosta
ao retalho envidracado
de ceu
pela janela obliqua
observo
a palida lua de dezembro
minguar
sob um espesso veu
a bordo,
no curso de sete longas horas
adormeco
por alguns breves momentos
mas logo acordo
com aeromocas turquesas
e escarlates
anunciando o desjejum,
despejando
na desordem da bandeja
fumegantes xicaras de cafe
e chocolate
sem cuidado algum
espio,
enfim,
ainda aninhada em
caxemira de Turin,
o estreito fio de sol
se esgueirar dourado
pela janela da manha
costurando um velha cidade:
espirais inclinadas e antigas
torres alemas
diante dos meus olhos
nublados
de sono e avela.
Feliz ano novo e belo poema (sem acento). Mais belos ainda são os olhos de avelã nublados de sono.
ResponderExcluirE.
Ainda não tinha lido esse poema. Levei um momento pra acreditar que era você quem tinha escrito.... rs
ResponderExcluirLindo..
hahahaha Valeu, Carmen! ;)
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