A você,
entrego o ouro inconfessável
o enigma de uma existência
nos braços arqueados e largos
aonde, com os dedos
deléveis tatuagens esbocei
eu pouso.
nas mãos de trapézio selvagem
me jogo
faço do átimo o meu picadeiro,
do silêncio, a respiração,
o instante certeiro
e sob a tutela atroz do seu olhar
me desnudo toda em pestanas
sem entremeios
o tigre ou a dama?
- você se pergunta
e se decide pelo primeiro -
na escuridão circense dos prodígios
tudo enfim se esclarece
eu o esclareço
vinte e cinco anos de eclipse
não podem, não podem ser desfeitos
você descobre, homem das mãos macias
e abismais
que eu fui promessa,
como muitas mais
que fui promessa não-cumprida,
como muitas mais.
Gostei muito.
ResponderExcluirE.