há que se pagar um preço
pela tentativa risível
de erigir uma pessoa
sobre uma falha sísmica.
estátuas de sal
não são realmente pessoas,
percebe?
dissolvem-se
em nevoeiro marítimo
antes do amanhecer:
meu demônio-meridiano
é uma mulher de corpo ampulheta
[um duplo]
e honestamente,
não sei bem o que fazer
com tantas curvas.
a mim, sempre agradou o sul
para onde escorregam
[salvos do abate]
todos os novilhos brancos
e também os pardos;
a verdade é que
um pacto
com o trópico de antes
me mantém
ainda por aqui,
entre os comensais.
mas tenho brotado
oceanos
[como uma boa menina
- em segredo]
para fugas eventuais.
tem cheiro essa poesia! doce e salgada!
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