Desencaixotando Rita

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Na gafieira

Eu disse não.
Obrigada, mas não danço. Quer dizer, até danço. Mas só.
Não coordeno passos com ninguém.
"É que eu vi você sambando agora há pouco. Achei que talvez você quisesse..." - a frase elevou-se quase, quase, mas morreu antes da conclusão.
"Se você não sabe, eu te ensino. É fácil." - ele atalhou.
Não, obrigada. Sabe o que é? Eu estou meio cansada. - acrescentei um tanto desconfortável. Vou te dizer que nem dormir direito essa noite eu dormi.
Uma pausa curta.
"A noite foi boa, então."
A noite foi boa, eu repeti.
E um sorriso um pouco decepcionado se esboçou. Ele se despediu rapidamente e desapareceu na pista de dança.
Olho para os lados e percebo Laura me observando.
"Sabe, Rita, o Fernando não morde não!..."
Um instante pensativa e a resposta me afigura clara, como que explicando o verdadeiro motivo da minha recusa.
Mas eu mordo.
Eu disse em voz alta, para minha surpresa. E rindo, Laura replica brejeira antes de voltar rodopiante para a pista:
"É. Mas daí ele é que iria gostar."
Por isso mesmo - digo em voz baixa, quase um murmúrio inaudível. Mas ela não está mais lá.

Um comentário:

  1. Dona Rita!! Tô aqui babando litros vendo seu blog... haha. E vc lê Garotas Estúpidas e Dia de Beauté! Fiquei mais fã ainda.. ;) Parabéns!!
    Bjo!

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