Desencaixotando Rita

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

22/10/2010

chuvas de incontida acrimônia
palavras solfejadas, despejadas
sem qualquer cerimônia

empoçam no meu quintal

das respostas atravessadas,
não-ditas e ainda assim
arrependidas, uma frase minha
se estilhaça afinal

não o alcança, por você ela passa

e congela no ar

ela permanece
estática e insular

em meio a silêncios medianos
e corrompidos pela peste

A distância é glacial, ártica, polar

das pontas dos meus dedos escapam
selos extraviados, espessos
e os beijos envelopados, eu guardo
e os esqueço

os dentes trincados calam forte o desejo
de dizer, de ouvir

de atravessar uma ponte
anoitecer com você

apenas dormir





5 comentários:

  1. isso ficou muito bem encaixado

    "das pontas dos meus dedos escapam
    selos extraviados, espessos
    e os beijos envelopados, eu guardo
    e os esqueço"

    acho ótima questão a se debater, essa que fez quanto a criação, procurei seu email e não achei, me mande um para desenvolvermos mais essa conversa.

    cartaspararobertoborati@gmail.com

    aguardo

    e obrigado pelas visitas e principalmente pelas palavras elogiosas.

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  2. Pontes podem ser atravessadas.

    abçs,

    E.

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  3. pra quando falta uma palavra... a gente usa o recurso que tem a disposição né.

    eu teria usado "au!" se não fosse essa também uma onomatopéia para o latido dos cães.

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