Abrindo o meu fotolog semi-falecido, acho este texto de 02 de novembro de 2007.
Um texto manco, típico daquela época de prosear poeticamente. Não sei se estou bem curada disso não, aliás.
[Só me dei conta que doisdenovembro é dia dos mortos agorinha. Enfim]:
Ela levanta de uma noite de hálito quente, um contínuo abafado.
Acorda suada, e para além dos lençóis grudados, da camisola que abrasiva, invasiva se encosta, enroscando-se contra o corpo, ela acorda e, de fato se levanta.
Ela levanta, mas ainda não, ela tropeça, manca e as paredes tonteiam-se. O mundo ainda não tomou o lugar devido de sempre.
Há algo fora do lugar; as paredes não estão firmes, ondulam e se curvam, como numa mesura.
E esse chão? Esse chão não estava aqui ontem - ela pensa.
Ontem havia chão. E hoje, o que há senão uma horizontalidade estranha e árida, tacos, apenas tacos. Um tanto sujos os tacos, e frestas, e talvez algumas pulgas, e restos.
Os móveis. Os móveis não estão no lugar - ela tateia com mãos longas e inábeis por entre o que até então lhe era familiar.
E nesse exato momento, momento de escova de dentes e água no rosto, momento em que um banho frio se insinua como um bálsamo inócuo, mas ainda, quem sabe, uma espécie de alívio, o espelho sugere um sorriso branco, espumoso e olhos apertados. E olheiras profundas.
Então ela descobre que hoje a tristeza marcou território, marcou os olhos e encurvou os ombros.
Apenas isso, acordou triste.
Triste por que, moça bonita?
ResponderExcluirE.
Também pretendo olhar meu antigo blog. No meu caso, sei que renderá umas boas risadas!
ResponderExcluirBom dia! (e bom resto de semana!)=)
Resgatar antigos textos sempre rende algumas risadas, Ju... ;)
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