Desencaixotando Rita

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pão na chapa

Tinha olhos sonolentos e marcados, de forma que ainda que fosse ela a servir o café, tudo levava a crer que ela própria seria a grande beneficiada da bebida.
Algumas linhas de expressão, mas nada que acusasse mais do que os evasivos trinta e poucos nos quais algumas mulheres parecem imergir e quase nunca mais sair.
Mirrada, definitivamente. Tão pequena que parecia engolida pelo balcão. De onde eu sentava, não se via nem sinal do seu queixo, escondido na penumbra-das-coisas-que-não-se-enxergavam-atrás-do-balcão.
Os pratos e xícaras de café com leite fumegantes deslizavam em movimentos lentos e melódicos através das suas mãos. Inesperadamente finas e precisas.

Surpresa, não esperei mãos tão longas como as que trouxeram as fatias de pão, minguadas pela chapa, luzindo ainda de manteiga quente.