Desencaixotando Rita

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Diário de viagem


A primeira viagem sozinha, a gente nunca esquece. Aqui vai um trecho do meu diário de bordo, no dia da minha chegada em Paris, em 16/01/08:

"Acabei de chegar. Que nem uma maluca, congelando embaixo dos cobertores. Tentando descobrir como farei para visitar os lugares legais.
Cômico. Gastei 70 (setenta!) euros para chegar aqui. Com um 'taxista' que foi ao Rio quando tinha 25 anos.
O hotel é... estreito. Malas são um calvário. O elevador só cabe uma pessoa e o corredor é ridiculamente exíguo.
Tive que esperar para fazer o check in. Bem uma meia-hora.
Me puseram num quarto que tinha gente. Tive então que voltar à recepção e pedir um novo quarto (me sentindo a mais idiota do mundo, aliás, esse sentimento não me abandonou até agora!).
Como se não bastasse, eu tive uma dificuldade oligofrênica e NÃO consegui abrir a porta do quarto. Tive que implorar e gesticular (!!!) para a faxineira/camareira para me ajudar com a chave. Em inglês e francês misturado, você imagine.
Patético. Ainda bem que ela era boa gente.
Não posso evitar, me sinto extremamente mal por não saber francês.

Foi uma chegada tensa. Me sinto
très insegura. Não sei se isso inclusive vai melhorar. O que eu vou fazer, aliás, é algo que eu deveria ter feito há ages ago: me localizar quanto o metrô, ver as estações e as conexões de linha que eu preciso fazer.
Material:
- Mapa de Paris
-Guia do viajante independente
- Bilhetes de trem

Ainda estou em estado de choque.
E nem contei do meu desespero inicial com o banheiro. Então, vamos lá.
Só fui ao banheiro uma vez no vôo, o que foi necessário e suficiente, graças ao fato de eu pouco ter bebido durante a viagem.
Eu já tinha uma noção prévia de que teria que esperar um tanto para fazer o check in no hotel.
Depois de toda a atrapalhação quarto/chave/faxineira/malas-entaladas-no-corredor, eu entrei, tranquei esfuziante a porta e corri para o banheiro - ou pelo menos o que eu achava que seria o banheiro - e me deparei com uma pia (com água quente e fria, sabonetinhos, xampuzinhos), toalhas, chuveiro e... nenhum vaso sanitário.
No auge do meu desespero, eu tentei futucar o aquecedor com a esperança de checar se ele não magicamente poderia se transmutar em uma privada portátil.
Então, conformada, eu me resignei à idéia de que teria de tirar as calças e mijar no chuveiro toda vez que sentisse vontade.
No entanto, eu me dei a liberdade de pensar que seria azar demais no mesmo dia.
Olhei bem o quarto e resolvi abrir como quem não quer nada a porta que a princípio eu julguei se tratar de um closet.
Ali estava. O vaso sanitário.
E eu fui uma pessoa feliz de novo. Muito feliz."

4 comentários:

  1. paris, je t'aime... afinal, vc conseguiu ao menos chegar a torre eiffel e tirar uma foto, belíssima por sinal.

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  2. hahahah É, Bruno, o pior é que nem a foto é minha...
    Consegui a proeza de apagar quase duzentas fotos da minha estadia nesta cidade, ao 'testar' o cartão de memória da máquina.
    O que, sem dúvida, aumentou mais ainda a sensação de irrealidade que marcou uma grande parte desta viagem.

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  3. Eu imaginei que a foto nao fosse sua, estava com muita cara de googlesearch... mas achei que cabia um sarcasmo de leve ;PP

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  4. mas estamos aqui, eu e minha rabugentisse, pelo texto mesmo, então, valeu a viagem (a minha pelo menos(

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