há que existir um pacto telúrico:
uma existência de trópico
exige essa consistência turva de
sulco.
o processo é doloroso
para aqueles que um dia
viveram
na água
então,
esse vermelho
tinge o mar todo
em coágulos
águas-vivas
sanguinárias dançam
rascantes pela praia
à noite
o seu relevo ulcerado
[a mesma superfície das
estrelas marinhas]
retine a velha sereia
em sua habitação
sem som
mas eu
eu não sobrevivo na água,
sou atravessada
por um baque luminoso
de holofote e dor.
perfuro a rocha
e me livro das anêmonas
salgadas
feridas em fúria,
em movimentos circulares,
concêntricos.
atinjo a antecedência da terra,
mas permaneço
em estado de ilha, como em meditação
forçada, como réptil que abdicou da
habilidade aquática,
em desajuste sólido, seco.
uma desadaptação equivocada,
esse desterro primeiro
que precede
a espécie
e o reino.
" então,
ResponderExcluiresse vermelho
tinge o mar todo
em coágulos
águas-vivas
sanguinárias dançam
rascantes pela praia"
ah...
sim, o vermelho anda tingindo tudo, moça!
Excluirbeware, beware...
;)
(reler)
Excluir(é lindo demais isso aqui, rita)