no núcleo profundamente azul
do poema
é difícil manter
os planos
sensoriais
em seus devidos lugares.
não sabemos se esta casa
com pé direito infinito
-- essa ruína delicada
que você inventou --
é mesmo segura.
espreito entre crateras
un fuego aplainado,
uma arquitetura cálida
de vulcões
sobre planícies geladas
e a verdade é que
não se dissipa
não se dissipa nunca
o que o amor causa ao poeta
[o obscurecimento da luz
no aprendizado da treva]
essa licença excepcional
para escrever barbaridades,
escuridões, amenas desculpas
para pequenos assassinatos.
é tarde:
para iniciar a noite
de fúrias e os copos descartáveis.
é imensamente tarde
para enviar os convites, as cadeiras,
as flores e a beleza desmesurada
dos ínícios no fundo
me atemoriza.
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"os diários são perversos
até que algo seja perdido,
até que o mistério te trespasse
como um arpão
e você estale, crepitando
o suave espanto: o desejo,
o desejo fremido
por aquilo que se aquieta lento
no torvelinho
de um planeta muito recente."
jogos perversos, os copos plásticos, é tarde demais pra começar o dia.
ResponderExcluirpor isso eu gosto de acordar bem cedo.
eu também, rique!
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