eu
[gargalhadas]
que suo gotas constrangidas
ao ouvir minha própria voz
ao telefone
como a de um estranho
falo por tudo aquilo que fala
por intermédio de um vermelho
terroso violento atroz
como em
modigliani, como no abstracionismo russo
que mata poetas
em linhas geométricas
e por todos
aqueles que golpeiam os telhados
como gatos revolucionários
por toda e qualquer
sensação existencial
[na fronteira anatômico-imaginária
entre boca do estômago e pulmões]
por todo sentimento filosófico-existencial
de terreno baldio
inviolável
selvagem como um poodle abandonado
no parque
como uma abelha rainha
presa por um barbante
inauguro hoje com a ponta dos pés
essa hospedagem ambígua
na casa número doze do zodíaco
onde é preciso prestar contas
à esfinge moderna
com senhas
de letras e números
e enigmas insolúveis
"prove que você não é um robô"
[ ] não sou um robô
prove
que
não
sou
um
robô
Maravilhoso!
ResponderExcluir