Desencaixotando Rita

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terça-feira, 6 de julho de 2010

A única língua que não falo

Em plenos 25 anos e 1/2, constato que falo com mais ou menos fluência pelo menos três línguas. E mais 1/5 de língua não-fluente, talvez.
Vejamos.
Tem a língua da minha mãe - o português ora cálido, ora afiado, que ela me ensinou bem.
Em seguida vem o inglês cantado do meu pai. Inglês com a entonação galopante dos cavalos do Kentucky, alternado com o português tão arrebitado de Recife que ele fala e que me divertiu imensamente desde que eu me lembro.
Aí tem, é claro, a língua do sarcasmo, que minha mãe jura que aprendi antes mesmo de me pôr a engatinhar.

E o francês, que me é 4/5 (ou mais até) completo desconhecido. Mas que exerce uma certa atração, eu admito.
Acho curiosa a redondeza maleável, às vezes pastosa dessa língua. Uma circularidade enganosa, que faz pausas bruscas, ásperas, arranhando a garganta e surpreendendo os que confiam na suposta beleza inofensiva dos seus fonemas anasalados.

Contudo, armada com todas as ferramentas lingüísticas disponíveis, nesses vinte cinco anos e 1/2, constato algo aterrador.

Não entendo uma palavra que você diz.

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