porque é preciso
exercitar a violência
que só uma ideia incorpórea
imprime
ao corpo
-- ricochete que vai de trás
para a frente
em mar aberto, ferida
que espuma pela boca sal
e gritos e gritos
no fundo, a vida depende
da coragem de arrancar
um sorriso tímido dos astros
com um pé de cabra
investigando a malha beligerante
na marra:
qual era mesmo o teu formato?
qual a velocidade com que
crescem os ossos?
onde ficou aquela que partiu
antes, antes de todos?
[que partam todos os raios
que partam todos
e que ainda assim eu fique
que eu fique - só e inteiriça
que seja pernas ou rabo ou nado
inspire respire
para descobrir tarde demais que
a coisa mais triste do mundo
é a pele
que a coisa mais triste do mundo
não deixa sequer cicatriz
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirultimamente, tenho gastado muito tempo nos teus poemas
ResponderExcluirleio uma, duas, muitas vezes
e se me perco em tantas delas é porque necessito de ar
e mais tempo
pra te ler, Rita Isadora, há que se reinventar os segundos.
Ai, Aniña... ultimamente tenho nem te digo...
Excluirhá que se reiventar os segundos!
Excluir"a coisa mais triste do mundo/ não deixa sequer cicatriz" (Isadora)
ResponderExcluirEste poema me transbordou!!
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