Desencaixotando Rita

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dois poemas para Rita

Por Leonardo Marona




"não é a sua gata"

não é a sua gata, sou eu
o urso polar que você salva
dos predadores com bravura,
sou eu este urso com os pelos
congelados e os olhos inundados
da substância licorosa do amor.
as infecções são o nosso laço,
nossos rins, anéis ácidos de casamento.
o mar por qual navegaste em sonho
era verde pálido como o mar de inverno.
máquinas de abater montanhas situavam
a nossa mais rara permissão de abate.
sugar pie, não é a sua gata, sou eu
o urso polar que você salva
dos predadores com bravura,
ritmados e mais perto do acerto,
seguem os versos batidos a calo,
é preciso uma máquina de abater,
a força para erguer um urso polar,
a sereia põe suas brânquias a prêmio.
no fim brincaremos com baleias e golfinhos.

(meados de abril, sem data definida)



"declaração de amor no dia do trabalho"

silenciam nas ruas as dores do meu ventre.
participo em cálculos de uma infecção cardeal.
minha garganta é estreita para o acúmulo de teus olhos.
sonho com maçãs e mulheres de três metros e sumo.
há uma perda que precisamos assumir para dar início.
somos a onda arrasada por um quilômetro de pedra.
preciso dessa pontuação, do contrário seria feliz.
seu eu soubesse ao menos tocar trompete e usasse um lindo chapéu.
no teu segredo envolverei uma banheira com uma árvore falante.
as alturas recentes apenas atestam um adorável problema.
as tripas dissolvem a química do mais novo despertar.
são confusas as combinações desse constante prazer.
foges pelas águas com quatro patas, foges do tiroteio.
nos cruzamos em naufrágio e haveremos de, juntos, chegar à ilha.
e as granadas do baixo ventre germinarão em duplos.
considere isso uma carta de amor escrita no dia do trabalho.


(Rio, 1 de maio, 2014)






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