I -
o aprendizado do
lançamento de dardos:
o tempo
discorre
sobre as boas estações,
todas as melhores intenções,
os furiosos arremedos em ponta
de faca;
o tempo
incorre em erros
- essa nuvem, por exemplo,
não vai clarear.
II -
primeiro
os talheres,
esses não quebram nunca
por mais que os pássaros
pousem
no fio
e os gatos permitam,
deus do céu,
que eu cruze o portal
do teu peito,
há uma tragédia
envolvendo metais
que não se vergam :
uma brutal surpresa
para quem confunde
um afogamento
de eras
com mergulhos
rasos e torcicolos
existenciais.
[ onde estão
as velhas carpideiras? ]
III-
aqui,
senhores,
o céu
se precipita:
o seu amor,
não o cante,
decante-o,
deixe-o ir
como quem
convalesce
de uma longa
espera,
- febre terçã -
e tem certeza
da beleza
aterradora
dos olhos
que insistem
nos coágulos
y passamos tantas noites nos afogando em baldezinhos com água sanitária, para dizer alguma coisa, quando enfim - o verdadeiro afogamento é lento - e misterioso - e sufocante - e bonito.
ResponderExcluirbeibeziña, afogamentos e naufrágios portáteis: trabalhamos.
Excluirum balé de cores,
ResponderExcluirque de tão triviais,
me botam a pensar
nesse azul, ordinariamente
branco
azul ordinariamente branco... azul chagall, amarelo gauguin, afunilamentos modiglianos e uma compressão de Klee. tenho visto cores e processos onde não existem.
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